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As primeiras referências à necessidade duma reserva
de água no Alentejo, a partir do Rio Guadiana, têm 100 anos. Em 1957, há quase
58, nasceu o Plano de Rega do Alentejo. Por essa altura, o pretendente ao Trono
de Portugal, D. Duarte Nuno de Bragança, esboçou um Projecto de Rega do
Alentejo, adquirindo por isso o cognome de (D. Duarte), o Irrigador. Em 1998,
iniciaram-se as obras de construção da Barragem do Alqueva e, em 2002, a
albufeira começou a encher. Estamos em 2015, a albufeira está cheia, mas não há
rega nenhuma que se veja no Alentejo.
Lembrei-me disto porque li agora mesmo um artigo sobre o
guião para a reforma do Estado do Dr. Paulo Portas. Depois de muitas ameaças,
foi parido no final de 2013 e entrou de imediato em estado de hibernação—talvez
no Serviço de Neonatologia de S. Bento. Em Maio de 2014, voltou à cena pela mão
do vice-primeiro-ministro, sob a forma imponente e imperativa de "Guião
Final para a Reforma do Estado", e regressou ao Serviço de Neonatologia. Tanto
quanto se sabe, em Janeiro de 2015, continua a esperar melhores dias. Suspeita-se
que o método agora usado é o da criogenia—o guião estará congelado em azoto
líquido, tal como os cadáveres de alguns americanos, à espera de ocasião oportuna para ser reanimado. Portas ficará na História com o cognome de (Paulo
Portas), o Guiador.
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