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A meritocracia tornou-se em ideal social importante. Políticos de todo o espectro ideológico voltam frequentemente ao tema de que as recompensas da vida ― dinheiro, poder, emprego, admissão na universidade ― devem ser distribuídas de acordo com a capacidade e o esforço. A metáfora mais comum é a de que o “jogador” deve poder subir até à posição que se ajusta ao seu mérito. Conceptualmente e moralmente, a meritocracia representa o oposto de sistemas como a aristocracia hereditária, na qual a posição social é determinada pela lotaria de nascimento. Sob a meritocracia, a riqueza e as regalias são a justa vantagem do mérito e não a fortuna inesperada de eventos externos. A maioria das pessoas não pensa apenas que o mundo deve ser administrado meritocraticamente ― acham que é meritocrático. No Reino Unido, 84% dos entrevistados na pesquisa de Atitudes Sociais Britânicas de 2009 afirmaram que o trabalho árduo é "essencial" ou "muito importante" quando se trata de progredir; e em 2016 o Brookings Institute concluiu que 69% dos americanos acredita serem as pessoas recompensadas pela inteligência e capacidade. Os entrevistados dos dois países acreditam que factores externos, como a sorte e a origem numa família rica, são muito menos importantes. Embora tais convicções sejam mais pronunciadas nesses dois países, são populares em todo o mundo.
Apesar de amplamente aceite, a crença de que o mérito, em vez da sorte, determina o sucesso ou o fracasso no mundo é demonstravelmente falsa. Isto porque o próprio mérito é, em grande parte, o resultado da sorte. O talento e a capacidade para um esforço determinado, dependem em larga escala do património genético e da educação da pessoa.
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