A figura de cima representa a luz, constituída por ondas
semelhantes às ondas do mar, com a diferença que estas são formadas por água em
movimento e a luz é imaterial, ou seja, consiste em variações eléctricas e
magnéticas cíclicas que se propagam no espaço, mesmo no vácuo.
A emissão da luz não se faz de forma contínua, como a
torneira descarrega água, mas intermitentemente, sob a forma de pequenos
módulos chamados fotões, ou quanta (plural de quantum), como se representa em
baixo.
Cada fotão tem um comprimento de onda, noção intuitiva
representada pela recta assinalada com a letra grega λ na figura. Ao número de
fotões que passam por segundo num ponto do trajecto da luz chama-se frequência
(ν).
A energia de cada
fotão é tanto maior quanto maior é a frequência e igual ao produto da
frequência por uma constante chamada constante de Planck, sendo toda a seca que
fica atrás para chegar aqui, ou seja, às constantes e às leis da Física.
Todos temos a noção, por exemplo, de que a República
Portuguesa não tem constantes, nem leis: tudo muda com cada governo, geralmente
para pior - daí ninguém parar a carreira meteórica desta Pátria nossa amada - e
as leis, na mais ortodoxa visão einsteiniana, são relativas. O mais possível,
acrescento. Mas toda a gente pensa que a
Física é a antítese da República Portuguesa e não é!
Embora não tenha atingido o apuro lusitano, a Física
também tem as suas fífias. Talvez não sejam fífias propriamente ditas, mas são
coisas que não estão bem, pronto. Vejamos o metro. Exactamente: o metro da fita
métrica para medir a altura do prego na parede. Esse metro, da barra de platina
iridiada de Paris, não é constante. Estão a ver? Dizem os físicos que depende
da velocidade! Mas qual velocidade, se a fita métrica está sempre parada na
gaveta da cozinha? Essa agora!...
E mais: a duração do segundo - não o que vem depois do
primeiro, mas o segundo propriamente dito - também não é certa. Depende da
velocidade, dizem eles outra vez. Isto é, se ando muito depressa o segundo passa
mais depressa e o relógio que tenho no bolso, sem cabeça para estudar Física, atrasa-se.
Se ando muito devagar, adianta-se!
Agora pergunto: há alguma diferença entre isto, a
República Portuguesa e a sua decantada ética? A Física saiu-se agora triunfante
a dizer que a constante de Planck ainda é constante, depois de estudos complicadíssimos com satélites, GPS,
relógios atómicos e outras cangalhadas. Grande coisa! Agora
agarram-se à constante de Planck que é uma anedota:
0,000000000000000000000000000000000662606957 !!!
Vejam lá! Nós temos constantes para todos os gostos e como deve ser: O Dr. Soares,
o Dr. Jardim, o Senhor Pinto da Costa, o Comendador Berardo, o Professor Queiroz
e por aí fora.
Constante de Planck?!!! Pff... Que coisa pífia!!!
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