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Ramon y Cajal era espanhol, nascido numa pequena povoação de
Navarra, e era histologista, o que significa estudar a vida ao nível do
microscópio. Dedicou-se à investigação do sistema nervoso e, usando uma técnica
de corar as células nervosas, ou neurónios, criada pelo seu contemporâneo
Camilo Golgi, fez importantes descobertas que lhe valeram o Prémio Nobel da
Medicina, compartilhado com Golgi, em 1906.
Mas falo hoje de Cajal porque, além do notável trabalho que
fez como histologista do sistema nervoso, reconhecido como pioneiro da neurociência,
ilustrou esse trabalho com figuras desenhadas em colaboração com pintores que são verdadeiras obras de arte, reproduzidas ainda hoje em exposições e congressos ao lado das
sofisticadas figuras da imagiologia médica actual, sejam da tomografia axial
computorizada, da ressonância magnética, da tomografia por emissão de
positrões, ou do que quer que seja.
Reproduz-se em cima uma figura com dois cortes do cerebelo,
segundo Cajal, que valem tanto pelo que representaram em termos científicos na época,
como valem hoje pelo conteúdo estético, o que justifica a continuação da
presença das figuras de Cajal em reuniões internacionais das neurociências,
Em baixo, podemos ver dois pares de imagens, correspondendo
as da esquerda a ilustrações do trabalho de Cajal no principio do século passado, eventualmente
ainda antes, e as da direita a imagens actuais, obtidas por processos muito
sofisticados de imagiologia.
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