Mário Lino, ex-Ministro das Obras Públicas Transportes e Comunicações, também conhecido por Monsieur "Jamé", declarou em tribunal que nunca tinha dito ser a empresa do sucateiro Manuel Godinho amiga do PS. Ana Paula Vitorino, Secretária de Estado no mesmo ministério no tempo de Monsieur "Jamé", num depoimento em papiro para o Tribunal de Ovar, afirma novamente, em escrita cursiva, que Monsieur "Jamé" lhe disse ser a empresa do sucateiro amiga do PS e que havia pessoas importantes do partido muito preocupadas com o comportamento inflexível do Pardal [à data o presidente da Refer, que se negava a fazer negócios com Godinho, dado o Curriculum Vitae deste].
Não conheço Monsieur "Jamé" - nem sequer da tropa - e também não conheço Ana Paula Vitorino - nem sequer da tropa, igualmente - e espero nunca vir a conhecer por razões profilácticas da minha saúde mental, não muito robusta. Mas resulta claro do exposto que um dos dois não está a dizer coisa com coisa, ou seja um deles está a meter os pés pelas mãos, até para os padrões dos políticos. Há ainda a possibilidade verosímil de ambos não dizerem coisa com coisa e ambos meterem os pés pelas mãos.
Seja como for, porque é matéria cuja análise ultrapassa a
minha capacidade de perceber, decoro. Assim, assento que Monsieur "Jamé" diz
que não disse o que Ana Paula Vitorino diz que Monsieur "Jamé" disse e Ana
Paula Vitorino diz que Monsieur "Jamé" disse o que diz que não disse. Afinal,
é fácil!
Se tivesse a infelicidade de ser juiz e me fosse apresentado um problemas destes,
não chamava a Maya, taróloga inspirada, nem o Professor Karamba, o Indesmentível,
nem mesmo o polvo Paulo, que previu a derrota de Portugal frente à Alemanha nos
últimos minutos do jogo: chamava a
polícia e punha os dois "de cana" por desrespeito das leis da República.
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