Consta que o universo começou há quase 15 mil milhões de anos com a explosão duma partícula que tinha toda a energia/massa que existe e se foi formando - e anda está em formação - à medida que se expandia - e expande - a velocidade crescente. Estamos a falar do universo que vemos à nossa volta a olho nu e através de inimagináveis meios de observação, como o Telescópio Espacial Hubble, a nave Voyager 1, que já vai na fronteira exterior do Sistema Solar, e toda essa cangalhada. Provavelmente, haverá muito mais do que conseguimos ver, mas é expectável que na parte deste universo que não enxergamos as leis da Física sejam as mesmas que na bola chamada Terra, a pairar na periferia da Via Láctea.
E falo "deste universo" porque não é líquido que só exista um, mais precisamente este onde habitamos. Em 1895, o filósofo americano William James saiu-se com uma ideia com carreira meteórica, a Teoria do Multiverso, para ir directamente ao assunto que me traz. Segundo James, é verosímil que o universo que conhecemos seja apenas um entre vários outros, ou muitos. É verdade! Ou antes, não sei se é verdade o teor da teoria, mas é verdade a existência da teoria.
E quantos universos paralelos, também designados por alternativos, quânticos, dimensões duais, dimensões paralelas, blá, blá, blá, existem? Não quero arriscar muito, mas considerando a dimensão de tudo que é cósmico, e para complicar um bocado, diria que o número de universos paralelos deve ser infinito e estarão a ser criados novos a toda a hora, ou seja, haverá algures um Big Bang em cada segundo que passa; acrescentando que tais segundos são mil vezes mais curtos que os segundos a que chamamos segundos, para atrapalhar mais.
Isto falando de quantidade porque, quanto à qualidade, há fés, o que significa que há discussões - as maiores discussões são sempre à volta daquilo que não se conhece, desde o tempo do Ardipithecus ramidis.
Isto falando de quantidade porque, quanto à qualidade, há fés, o que significa que há discussões - as maiores discussões são sempre à volta daquilo que não se conhece, desde o tempo do Ardipithecus ramidis.
Assim, a primeira questão é se as constantes e as leis da
Física são as mesmas que as promulgadas no universo que é o nosso. Especulando,
diria que devem ser outras, sob pena de estarmos a chamar universo diferente a
um anexo deste, ou de que este é anexo. Nem sequer me atrevo a interrogar que
leis e constantes diferentes são essas, porque isso nem o Pedro Marques Lopes
sabe! Mas seria fascinante perceber como são outras leis da Física e quantos
tipos de legislação existem.
Não queria tirar o sono a ninguém, mas faço só mais uma
pergunta: E, em matéria de vida inteligente, que se passa nessas dimensões
paralelas?
A tal respeito, e para pôr um nadinha de tranquilidade numa
conversa inquietante que tem sido esta, falo apenas do chamado Princípio Antrópico
Fraco que diz esta coisa tranquilizadora: "Em todos os universos, só
existe um onde as condições se afinaram de tal modo que tornaram possível o fenómeno
estranhíssimo da existência de seres extraordinários como nós somos".
Não conheço o autor do Princípio. Sei que não foi o
Zezito, embora pudesse ter sido. Fosse quem fosse, daqui lhe digo que presunção
e água benta, cada um toma a que quer.
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