Se um taco e uma bola de baseball custam 1 dólar e 10 cêntimos, e se o taco custa mais um dólar que a bola, quanto custa a bola? Se disse 10 cêntimos, lamento dizer-lhe mas está errado. Na realidade o taco custa 1 dólar e 5 cêntimos e a bola 5 cêntimos.
Estúpido? Não; e já direi porquê.
Se num lago um
aglomerado de folhas de árvore duplica a sua superfície em cada dia,
considerando que o lago estará completamente coberto de folhas em 48 dias,
quanto tempo é preciso para cobrir só metade do lago? Na realidade, não são 24
dias, mas 47.
Este tipo de perguntas
fazia Daniel Kahneman, Prémio Nobel e professor de Psicologia em Princeton
a grupos diversos de cidadãos. Kahneman é das pessoas que mais contribuíram
para perceber como funciona o raciocínio do homem e, provavelmente, também da
mulher, com as minhas desculpas às mulheres pela graça de mau gosto. E o mais
extraordinário é que nesses testes, a
melhores inteligências, avaliadas pelos
métodos clássicos, corresponde maior tendência para a asneira. E, também, graus superiores de educação não
servem de muito aos interrogados: 50% dos alunos de Harvard, Princeton e do
Massachusetts Institute of Technology responderam erradamente à pergunta do
taco e da bola.
Postas perante estas questões, as pessoas têm tendência para
não raciocinar com um mínimo de profundidade e seguir atalhos mentais que
conduzem ao erro; de certa forma expressão da lei do menor esforço. E quanto melhor a inteligência maior a propensão para confiar nela e não reflectir. É um viés
mental, mais precisamente. Viés com raiz no inconsciente e, por isso, a escapar
à inteligência, o que explica o facto de se verificar mesmo em pessoas avisadas;
no próprio Kahneman, segundo confessa.
Tal viés é susceptível de produzir enormes fiascos na ciência.
Mas, nessa circunstância, as consequências raramente são graves porque o método
científico, com a vigilância crítica permanente
dos pares investigadores, é auto-regulador e corrector. O real problema põe-se
no dia a dia do cidadão comum, empurrado pelo dito viés para a irracionalidade,
para a decisão errada, para a opção absurda. Qual o seu peso no destino dos
povos é grandeza desconhecida, mas é óbvio que tem tido papel determinante em
muitos episódios trágicos da História.
Para fechar, conto um episódio
ocorrido com Kahneman e um filósofo a quem explicava a sua teoria: o filósofo
começou a ouvir Kahneman mas, em dado momento, interrompeu-o, disse-lhe que não
estava interessado na Psicologia da Estupidez e retirou-se de imediato. A vida científica de Kahneman não tem sido fácil.
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