quarta-feira, 15 de agosto de 2012

ENERGIA QUASE LIMPA

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Sabia que em França está em construção uma central eléctrica baseada no processo de produção de energia do Sol, ou seja, a fusão de átomos de hidrogénio? É o "International Thermonuclear Experimental Reactor", ou simplesmente ITER, iniciativa da União Europeia, China, India, Japão, Coreia do Sul, Rússia e Estados Unidos, com um total de 34 países representando mais de metade da população mundial.
A ideia é ligeiramente diferente do que se passa no Sol porque aí a fusão dos átomos de hidrogénio — com produção de hélio — é conseguida pela compressão dos átomos, exercida pela enorme força da gravidade da estrela. No ITER, a fusão vai exigir temperaturas muito mais altas, cerca de 10 vezes maiores que a do Sol, ou seja, centenas de milhões de graus!
Então, isótopos de hidrogénio — o deutério, que tem um neutrão no núcleo — e o tritium — com dois neutrões — serão fundidos à custa de altas temperaturas, originando hélio e neutrões livres, o que corresponde à libertação de enorme quantidade de energia utilizada no aquecimento de água, cujo vapor será usado em turbinas geradoras de electricidade. Espera-se que, com o consumo de 50 megawatts, se produzam 500 megawatts.
Tudo quase "limpo": com apenas o senão do tritium ser ligeiramente radioactivo — semi-vida de 12 anos. Por isso, todas as medidas anti-sísmicas serão tomadas, exactamente como nas actuais centrais atómicas de fissão do urânio.
Se tudo correr como previsto, os primeiros ensaios serão feitos em 2020 e, em caso de êxito, esta será eventualmente a melhor solução, do ponto de vista ecológico, para suprir as necessidades dum mundo, nessa altura com perto de 8 mil milhões de almas devoradoras de energia.

Na imagem de baixo, ver a figura humana no canto inferior direito, para ter noção da escala.
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