Os "cotovias" são diligentes e trabalhadores e os "mochos" são preguiçosos e não gostam de trabalhar, não é verdade?
MENTIRA!
A capacidade de trabalhar tem a ver com uma coisa chamada
ritmo circadiano que corresponde ao modo como várias funções do organismo se
processam ao longo do dia e se repetem em cada dia. E cada alma deste planeta
tem um ritmo próprio — pode não ter subsídio de férias, subsídio de Natal,
dinheiro para pagar a prestação da casa e por aí fora, mas tem um ritmo
circadiano próprio (até ver!). A secreção de cortisol, por exemplo, é
habitualmente máxima de manhã e dá grande ajuda na passagem do sono para a
vigília. Mas não corre da mesma maneira em toda a gente: alguns têm de esperar
um nadinha, às vezes muito, para ela produzir efeito — acontece aos
"mochos". E tal "feitio" é determinado geneticamente. Não é
preguiça, nem os "mochos" são calões — está escrito no genoma. Por
isso, vamos aturá-los com um bocado de pachorra e não implicar com eles de
manhã.
Chegado aqui, quero esclarecer que não estou a inventar
nada. Vem tudo nos livros e nas revistas. É o gene do relógio circadiano PERIOD3
que faz essas coisas. Pelo menos é o que dizem uns intelectuais ingleses da
Universidade de Surrey e a gente tem de acreditar neles.
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