terça-feira, 7 de agosto de 2012

' MOCHOS ' E ' COTOVIAS '

Há quem goste de se levantar cedo, começar a trabalhar de madrugada, se sinta melhor que nunca de manhã, e ao fim da tarde esteja podre de cansaço e adormeça depois do jantar — são "cotovias". E há os que atiram o despertador ao chão quando toca, andam de manhã quais sonâmbulos a dormir em pé, não fazem coisa de jeito até à tarde, e à noite chateiam os "cotovias", cheios de "gás" — são os "mochos".
Os "cotovias" são diligentes e trabalhadores e os "mochos" são preguiçosos e não gostam de trabalhar, não é verdade?
MENTIRA!
A capacidade de trabalhar tem a ver com uma coisa chamada ritmo circadiano que corresponde ao modo como várias funções do organismo se processam ao longo do dia e se repetem em cada dia. E cada alma deste planeta tem um ritmo próprio — pode não ter subsídio de férias, subsídio de Natal, dinheiro para pagar a prestação da casa e por aí fora, mas tem um ritmo circadiano próprio (até ver!). A secreção de cortisol, por exemplo, é habitualmente máxima de manhã e dá grande ajuda na passagem do sono para a vigília. Mas não corre da mesma maneira em toda a gente: alguns têm de esperar um nadinha, às vezes muito, para ela produzir efeito — acontece aos "mochos". E tal "feitio" é determinado geneticamente. Não é preguiça, nem os "mochos" são calões — está escrito no genoma. Por isso, vamos aturá-los com um bocado de pachorra e não implicar com eles de manhã.
Chegado aqui, quero esclarecer que não estou a inventar nada. Vem tudo nos livros e nas revistas. É o gene do relógio circadiano PERIOD3 que faz essas coisas. Pelo menos é o que dizem uns intelectuais ingleses da Universidade de Surrey e a gente tem de acreditar neles.

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