Um dia, Bertrand Russel fazia uma conferência sobre Cosmologia, quando foi interrompido por uma assistente idosa que lhe atirou: "Tudo o que nos está a dizer é lixo. O mundo, na realidade é plano, e é suportado por um elefante gigante que está em cima duma tartaruga". Aí Russel, bem humorado, perguntou-lhe o que suportava a tartaruga. A senhora, já incomodada, respondeu-lhe sem mais paciência: "É tudo tartarugas até ao fundo".
Deutsch, cientista britânico, acha que uma explicação do mundo até ao princípio do princípio nunca será possível. Não quer dizer que não se continue a avançar, ou como ele diz, nunca se encontrará uma parede com uma placa a dizer: "Não há mais explicações a partir daqui". Mas, por outro lado, uma parede com a informação de que está ali a última explicação para tudo, também não vai aparecer. De cada vez que avançamos, andamos metade do que resta para chegar ao conhecimento total; portanto nunca lá chegaremos. No máximo, iremos até ao ponto de ficar a saber que "é tudo tartarugas até ao fundo".
Aristóteles pensava que o problema é cair na situação
de dizer que A é verdade por razão de B e B é verdade por razão de A. O círculo
pode ser alargado, com A, B, C...X,Z, mas a explicação continua a ser circular
e sem interesse.
É um problema do tipo do barbeiro espanhol que dizia
barbear toda a gente da aldeia, excepto os que se barbeavam a si próprios;
facto impossível porque, ou não se barbeava a si próprio e não podia dizer que
barbeava todos que não se barbeavam a si próprios, ou barbeava-se a si próprio e
estava a barbear um que se barbeava a si próprio.
É tudo tartarugas até ao fundo!...
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