sábado, 20 de outubro de 2012

ANEDOTAS FREUDIANAS

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Freud, porque defendia que a anedota tinha muito a ver com o inconsciente, comparando-as aos sonhos, estudou-as profundamente, incluindo—com alguma preferência—as de judeus e publicou um livro, "Jokes and Their Relation to the Unconscious". Não vou falar do livro, naturalmente, mas contar duas das anedotas que Freud analisa.
A primeira é exactamente de judeus. Um judeu encontra outro e nota que ele tem restos de comida na barba. Diz-lhe:
—Posso adivinhar o que comeste ontem.
—O que foi?—pergunta o primeiro.
—Comeste ervilhas.
—Errado, exclama o da barba. Ervilhas comi anteontem.
A segunda passa-se numa monarquia. Uma personagem real, de visita ao reino, vê um homem muito parecido com ele e interroga-o:
—A tua mãe alguma vez serviu no palácio real?
—Não, Vossa Alteza. O meu pai é que lá trabalhou.
São anedotas freudianas, inocentes e de salão. Há outras, analisadas por filósofos importantes, também do mesmo tipo. Por exemplo, a do fulano a quem perguntam como está a mulher e ele responde de volta: Comparado com quê?
Mas às vezes as coisas complicam-se. Não vou aprofundar esse lado porque é perigoso, só dar um exemplo.  Um tipo entra num bar, pede uma cerveja e diz para o empregado:
—Os polícias são todos uns cabrões.
Um fulano na ponta do balcão levanta-se e diz:
—Olhe que não lhe admito isso. Está a ofender-me.
Pergunta o primeiro:
—Você é polícia?
Responde o outro:
—Não, mas sou cabrão.
Como se vê, a Filosofia também se ocupa de coisas divertidas. Diz-se que, se um tema é interessante, não interessa à Filosofia; mas se é chato, como o Direito por exemplo, interessa muito. Não é verdade—nem o Direito é chato, nem as boas anedotas lhe escapam. Eh, eh, eh...
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