Há semanas, um empresário americano chamado Russ George, teve a iniciativa de alugar um navio de pesca e lançar 120 toneladas de ferro em pó nas águas das ilhas de Haida Gwaii, ao largo do Canadá. A ideia é de o ferro aumentar muito o plâncton marinho, animal e vegetal, o qual fixa dióxido de carbono—em última análise vindo do ar—dióxido que é sepultado no fundo do mar com a morte desses seres vivos. É uma técnica teórica falada e respigada, cujas consequências a longo prazo não se conhecem.
Bill Gates tem uma empresa—"Intellectual
Ventures"—a
desenvolver uma mangueira, com cerca de 30 km de comprimento, para suspender em
balões de hélio e injectar partículas de dióxido de enxofre no céu, capazes de
diminuírem a intensidade da radiação solar e reduzir a força dos furacões, à
semelhança do que fazem as erupções vulcânicas. E há quem estude técnicas de
"branquear" as nuvens para aumentar a reflexão da radiação do Sol e
arrefecer a Terra. Tudo coisas esquisitas e, pior que esquisitas,
potencialmente perigosas.
A natureza não dá nada de graça e há a possibilidade de
aquilo que se melhora eventualmente num lugar ser acompanhado de consequências
deletérias noutros pontos do globo, nomeadamente no regime de monções na Ásia e
África, com secas devastadoras e por aí fora.
Conhecemos o bicho homem e sabemos como os grandes
interesses económicos conseguem passar por cima dos interesses dos
"outros". E não seria surpresa que uns tratassem de melhorar a
vidinha deles com estas técnicas, à custa da desgraça alheia. O homem do
Restelo não está sempre errado—quanto mais avançamos na tecnologia,
mais ele vai tendo razão. Infelizmente.
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