sexta-feira, 19 de outubro de 2012

SOB O SIGNO DA LIBRA E TAMBÉM DO EURO

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O título reproduzido em cima encabeça a notícia dos feitos dum astrólogo dos lados de Braga considerado burlão pelo DN. E porque era burlão? Porque era falso o astrólogo—aí está. Fosse ele verdadeiro—porque os há—e não falso, a conversa era outra!
Ambrose Bierce, no Dicionário do Diabo, a respeito da responsabilidade diz assim:" É um fardo descartável, facilmente posto nos ombros de Deus, do destino, da fortuna, da sorte ou do vizinho. Nos dias da Astrologia, era costume pô-lo numa estrela".
Mas as estrelas, com essa coisa da democratização dos povos, estão a perder força e influência. Cá para mim—embora sem fundamento sólido bastante—nem é tanto a democratização a responsável pelo ocaso dos astros. É mais a expansão permanente do universo que dilui a sua força, como a excessiva diluição diminui o efeito da lixívia. Como pode a estrela Alfa Centauri B fazer-me ganhar o Euromilhões se a dita está a afastar-se cada vez mais de mim? Não pode.
Pelo explanado, considero que grande ameaça paira sobre o futuro da Astrologia—a verdadeira, não a falsa, naturalmente. É uma ciência que já conheceu grandes dias, mas perde força em resultado do efeito Doppler, ou redshift, nas ondas cósmicas que emanam dos astros e nos chegam com frequência cada vez mais baixa.  O universo evolui—tudo evolui—e a ciência muda. Foi sempre assim, de Aristóteles a Newton e deste a Einstein. A Astrologia precisa de reciclagem, em suma, e de expulsar os falsos cultores. Mas para isso carece da criação urgente da Ordem dos Astrólogos.
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