Um dos coveiros do país, que o foi enterrando ao longo de décadas ideológicas, está de volta. É a terceira vez, em poucos dias, que cito a frase do blog "porta da loja" porque, desgraçadamente, torna-se mais actual cada dia que passa. Ontem o coveiro deu uma entrevista palavrosa e "redonda" à televisão, com verborreia incontinente, e disse nada. Aliás, em muitos anos nunca disse coisa alguma, foi sempre redondo, prolixo, com muita parra e pouca uva, e desta vez, claramente com sinais de querer voltar. Se me chamasse Baptista Bastos, diria que "falou em círculo concêntrico". Como não chamo, digo que foi uma trampa.
"Eu acho que há um momento para ver o que a receita
[do Governo] produz, que é o primeiro relatório sobre a execução orçamental de
2013. Nesse caso, com todo o respeito, o Presidente da República poderá tirar
consequências que eu não sei quais são. Há um prato, há uma panóplia de
conclusões possíveis", disse o político/coveiro.
Um prato, uma panóplia de conclusões possíveis! Alguém
percebe isto? Porquê um prato? Prato da dinastia Ming, prato de
lentilhas, ou prato de feijoada à transmontana? Ninguém sabe, excepto ele—talvez...
Provavelmente também não! Palavras, palavras, palavras.
"Há que tirar consequências que eu não sei quais
são", disse também o estadista difuso, confuso e profuso. Claro que há
conclusões a tirar, digo eu, e sei quais são: demitir o Governo, e dar as
voltas necessárias para colocar lá outro Zezito, para quem haja mais vida para
além do défice.
Porque nasci eu, Senhor, numa terra que tem tais filhos
bafejados pela Vossa Graça? Com todo o respeito, lembro-Vos que deve haver equidade
na distribuição do talento e Portugal vem desfrutando de excesso do dito.
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