Karen Armstrong, autora inglesa especialista em temas de
religião escreveu um livro sobre isso, intitulado Blood: Religion and the History of
Violence, publicado recentemente nos Estados Unidos. Entrevistada sobre a
matéria, diz que comentadores e psiquiatras americanos, taxistas de Londres e académicos de Oxford são
na generalidade dessa opinião. Para alguns mais moderados pode haver algumas
excepções, mas a regra é essa.
E o que diz Armstrong em 529 páginas? Para resumir, diz não.
Qualquer estudante de História, acrescenta na entrevista, sabe que das campanhas de Genghis Khan à I
Guerra Mundial, houve imensos conflitos sem motivações religiosas. É um facto
que as crenças constituem frequentemente motores e modeladores da violência.
Mas não são necessariamente crenças religiosas. O culto de Estaline era ateu e
foi o que se viu, por exemplo. Para não falar da Revolução Francesa e do Nazismo.
Naturalmente que a religião tem tido o seu papel na história
da violência humana. Nem sequer é marginal tal papel. Mas daí a ser única ou
principal protagonista, vai uma certa distância.
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