quinta-feira, 13 de novembro de 2014

SALOIADA

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Esta manhã ouvia a TSF quando de supetão surgiu a escritora Inês Pedrosa a falar de Adriana Calcanhoto. A páginas tantas, escuto que a cantora, segundo Pedrosa, interpreta poemas da poeta qualquer coisa—fiquei tão assarapantado que nem me lembro do nome.
Já engolimos a embaixadora; depois veio a presidenta para feminino de presidente de Pilar del Rio; agora temos a poeta para feminino de poeta e há mais. A seguir teremos a reia para feminino de rei, duca para duquesa, príncipa para princesa, barona para baronesa, e talvez idioto para  masculino de idiota porque idiota soa a feminino e não há mulheres idiotas.
A necessidade de afirmar a igualdade dos sexos é um fenómeno mal abordado, habitualmente de forma pífia. Ninguém contesta que a dignidade da mulher é exactamente igual à do homem. Mas dizer que homem e mulher são iguais é mentira—basta ter olhos para ver, tacto para palpar, ouvidos para ouvir, nariz para cheirar, paladar para provar e encéfalo para pensar.
Desde a mais remota história humana que os sexos se diferenciaram e especializaram em tarefas sociais diferentes e isso não aconteceu porque Inês Pedrosa não tivesse nascido—é um fenómeno espontâneo da natureza. Não foi a falta de antepassadas feministas que condicionou a morfologia diferente da bacia feminina para parir os filhos, a secreção dos ovários para os gerar, a existência do útero para os conceber, o instinto maternal para os amamentar e por aí fora. Não foi por machismo que o homem caçava e recolhia os alimentos, enquanto a mulher tratava dos filhos e do lar.
Dir-se-á que a mulher pode fazer as mesmas tarefas que o homem. Claro que sim. Mas isso não invalida as diferenças e o facto de que, em geral, a mulher faz melhor algumas coisas e o homem outras.
Essa trampa da poeta, da presidenta, da embaixadora e mais um par de botas, é complexo, frustração e ressaibo de algumas mulheres. Em inglês, viúva diz-se widow e o viúvo chama-se widower, ou seja, o homem que vive ou pratica a condição da mulher viúva. Tanto quanto é do meu conhecimento, não apareceu ainda nenhum ridículo "masculinista" no Reino Unido a reclamar a condição de machowidow. Haja Deus!
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