domingo, 7 de novembro de 2010

BOLIQUEIME AGARRADA À PELE

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É claro que há antecedentes. Em 2008, a meta começou em 2,2% e acabou em 2,6%, com um contributo de 1,1% em receitas extraordinários; em 2009 (ano de eleições), até Setembro (mês de eleições) o relatório para Bruxelas garantia uma meta de 5,9% e fechou-se o ano em 9,3%. São números do défice nas previsões alucinantes do ministro das Finanças. Em Setembro queimavam-se as mãos no rigor da execução orçamental para, em dois meses, se lavar as mãos numa derrapagem sem travão. No ano que corre já se viu como vai ser o ano que vem.

Diz-se que é neste homem (Teixeira dos Santos) que o Presidente da República deposita confiança. Nada que possa impressionar quem navega pelas redes sociais e descobre o choramingar pueril de quem (Cavaco Silva), vendo "com muita apreensão o desprestígio da classe política", recusa "contribuir para o espectáculo público de cinismo ou de agressividade". Quem assim twitta teve tudo e deixou fugir a oportunidade de travar a degradação do espectáculo. É claro que para isso é necessário saber honrar uma classe a que se pertence e coragem para assumir o custo de uma decisão política. Atributos que o político Cavaco Silva simplesmente não possui.

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Sócrates rejeita o cenário ("Não. Não admito recorrer ao FMI") e insiste no futuro virtuoso de um comboio de alta velocidade; Cavaco afoga mágoas em 140 caracteres; Teixeira dos Santos justifica desaires com uma "girl" nomeada por Santana Lopes. Haja tino.
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Raul Vaz in "Diário Económico"

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