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A 17 deste mês, a
Grécia vai a votos. Alexis Tsipras,
líder do Syriza, tem fortes probabilidades de ganhar. Que quer Tsipras? Tudo
visto e respigado, quer continuar no Euro e não cumprir as regras do resgate
impostas à Grécia. Para os observadores é a quadratura do círculo. Para
Tsipras, não. Para o povo helénico é complicado decidir; mas parece querer tentar.
Porquê tentar?
Porque Tsipras lhes diz que a saída da Grécia do Euro é tão má para eles como para os outros países da
Zona Euro, e não só: até para os Estados Unidos. É tudo arrastado pela sucção do
navio que se afunda, incluindo a Alemanha: um cataclismo que a União Europeia não
pode arriscar. Entre a Grécia e a Alemanha existirá, segundo ele, uma situação
comparável à da guerra fria, em que não podia haver guerra porque ambos os lados seriam aniquilados. Com
isso joga Tsipras.
É assim? Ninguém
sabe! Tsipras sabe ainda menos, mas quer arriscar. Metade do povo grego não sabe, gostaria que
fosse assim e quer arriscar. A outra metade não sabe, gostaria que fosse assim,
mas não arrisca.
Se o Syrisa ganhar,
a experiência vai ser feita; e qualquer que seja o resultado, nada ficará como
antes. Na circunstância de se verificar que Tsipras tinha razão, acaba o papão
da Alemanha e tudo muda: a Grécia faz vencer a indisciplina na União e esta
pode ir pelo cano. Se a razão não está com Tsipras, o homem bem pode limpar as
mãos à parede por ter metido os indígenas do berço da civilização (Soares
dixit) na cloaca da dita.
Ficamos à espera.
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