domingo, 3 de junho de 2012

ASSOCIAÇÕES SECRETAS


[...] Quando se fala à Maçonaria que é preciso tornar incompatíveis o exercício de funções públicas com a pertença a associações secretas, ela  esperneia de morte. O Grande Oriente Lusitano, que existe desde 1802, puxa dos pergaminhos e invoca a perseguição pela Inquisição, pelos  absolutistas, pelo fascismo. Lembra-se  da lei nº 1901 de 21-5-1935 que ilegalizou a Maçonaria. Faz alarde dos ideais de "liberdade, igualdade, fraternidade" da Revolução Francesa e do liberalismo, do mundo novo que abriram, da instauração da República, da consolidação do regime após o 25 de Abril. Almeida Santos, maçon do GOL, considerou há poucos meses  "nojento" a ideia de obrigar os políticos a terem de  declarar  ligações maçónicas. A Grande Loja Legal, a segunda mais importante obediência maçónica, criada há apenas 20 anos, apanha boleia dos argumentos do GOL.    
Mas tudo não passam de formas diabólicas de nos atirarem areia para os olhos e defenderem com unhas e dentes os seus interesses. A realidade é muito diferente.  Há muito que os ideais se perderam na Maçonaria. Hoje são só uma página de História. Depois do 25 de Abril, a partilha de lugares do Estado e a promiscuidade entre negócios e política tomaram quase conta de tudo. Numa vertigem que nunca foi investigada. Que directrizes foram sendo estabelecidas e que solidariedades foram criadas com o objectivo de atingir fins políticos e económicos? A crise das ideologias fez o resto. Sobram só  últimos moicanos, homens de outras eras, impotentes para reabilitarem os aventais. [...]

 Paulo Gaião in “E que tal pôr a Maçonaria na ordem?” 
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