[...] Quando se fala à Maçonaria que é preciso tornar incompatíveis o exercício de funções públicas com a pertença a associações secretas, ela esperneia de morte. O Grande Oriente Lusitano, que existe desde 1802, puxa dos pergaminhos e invoca a perseguição pela Inquisição, pelos absolutistas, pelo fascismo. Lembra-se da lei nº 1901 de 21-5-1935 que ilegalizou a Maçonaria. Faz alarde dos ideais de "liberdade, igualdade, fraternidade" da Revolução Francesa e do liberalismo, do mundo novo que abriram, da instauração da República, da consolidação do regime após o 25 de Abril. Almeida Santos, maçon do GOL, considerou há poucos meses "nojento" a ideia de obrigar os políticos a terem de declarar ligações maçónicas. A Grande Loja Legal, a segunda mais importante obediência maçónica, criada há apenas 20 anos, apanha boleia dos argumentos do GOL.
Mas tudo não passam de formas diabólicas de nos atirarem areia para os olhos e defenderem com unhas e dentes os seus interesses. A realidade é muito diferente. Há muito que os ideais se perderam na Maçonaria. Hoje são só uma página de História. Depois do 25 de Abril, a partilha de lugares do Estado e a promiscuidade entre negócios e política tomaram quase conta de tudo. Numa vertigem que nunca foi investigada. Que directrizes foram sendo estabelecidas e que solidariedades foram criadas com o objectivo de atingir fins políticos e económicos? A crise das ideologias fez o resto. Sobram só últimos moicanos, homens de outras eras, impotentes para reabilitarem os aventais. [...]
Paulo Gaião in “E
que tal pôr a Maçonaria na ordem?”
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