sábado, 2 de junho de 2012

FILOSOFIA AMBIENTAL

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J. Baird Callicott é americano, académico e um dos pioneiros da chamada Filosofia Ambiental. Tem pontos de vista interessantes e, sobretudo, maneira superior de os expor. Transcrevo a seguir alguns trechos seus, fazendo essa coisa terrível que é traduzi-los. Traduzir é sempre uma traição ao autor. A ideia pode sobreviver ao exercício, mas o estilo, esse morre sempre nas mãos do tradutor.
Diz Callicott:

[...] Não sou activista ecológico no sentido convencional. Não promovo, ou participo, em manifestações de rua; não criei uma organização para lutar pelo ambiente; nem sequer advogo políticas ou ideologias ambientais na universidade onde ensino. Considero, no entanto, o que faço e fiz toda a vida – Filosofia Ambiental – uma forma de activismo, na realidade a mais radical e eficaz. [...]

[...] O primeiro passo {na defesa do ambiente} é filosófico - a re-concepção do que é a natureza (amontoado de ecossistemas biogeoquímicos dinâmicos) e do que é a natureza humana (amontoado de ecossistemas biogeoquímicos microcósmicos, incluindo organismos individuais e vários conjuntos sócio-económicos) incorporados no macrocosmo da Terra no seu todo. [...]

[...] Estamos intimamente ligados – pelo ar que respiramos e pelos líquidos que bebemos e alimentos que comemos – ao mundo biofísico e bioquímico que nos rodeia. Somos locais de passagem dos fluxos de matéria e energia universal, com a única particularidade de sermos estruturas efémeras naquele fluxo. Não podemos, ou melhor, não devemos considerar-nos, de nenhuma forma, independentes do ambiente natural. Pelo contrário, somos a sua continuação. A protecção da saúde e bem estar humanos é inseparável da saúde e bem estar do ambiente. O cenário ecológico ideal é o da sociedade humana e da economia a coexistirem em simbiose harmónica com a natureza. [...]
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