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J. Baird Callicott
é americano, académico e um dos pioneiros da chamada Filosofia Ambiental. Tem
pontos de vista interessantes e, sobretudo, maneira superior de os expor.
Transcrevo a seguir alguns trechos seus, fazendo essa coisa terrível que é
traduzi-los. Traduzir é sempre uma traição ao autor. A ideia pode sobreviver ao
exercício, mas o estilo, esse morre sempre nas mãos do tradutor.
Diz Callicott:
[...] Não sou activista ecológico no sentido convencional.
Não promovo, ou participo, em manifestações de rua; não criei uma
organização para lutar pelo ambiente; nem sequer advogo políticas ou ideologias
ambientais na universidade onde ensino. Considero, no entanto, o que faço e fiz
toda a vida – Filosofia Ambiental – uma forma de activismo, na realidade a mais
radical e eficaz. [...]
[...] O primeiro passo {na defesa do ambiente} é filosófico
- a re-concepção do que é a natureza (amontoado de ecossistemas biogeoquímicos
dinâmicos) e do que é a natureza humana (amontoado de ecossistemas
biogeoquímicos microcósmicos, incluindo organismos individuais e vários
conjuntos sócio-económicos) incorporados no macrocosmo da Terra no seu todo.
[...]
[...] Estamos intimamente ligados – pelo ar que
respiramos e pelos líquidos que bebemos e alimentos que comemos – ao mundo biofísico
e bioquímico que nos rodeia. Somos locais de passagem dos fluxos de matéria e
energia universal, com a única particularidade de sermos estruturas efémeras
naquele fluxo. Não podemos, ou melhor, não devemos considerar-nos, de nenhuma
forma, independentes do ambiente natural. Pelo contrário, somos a sua
continuação. A protecção da saúde e bem estar humanos é inseparável da saúde e
bem estar do ambiente. O cenário ecológico ideal é o da sociedade humana e da
economia a coexistirem em simbiose harmónica com a natureza. [...]
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