Pacheco Pereira afirmou ontem no programa “Quadratura do
Círculo” que o Relvas mentiu, não de uma forma, não de duas, mas de três formas:
fez o pleno! É capaz de ter razão e, se não tem, deve andar lá perto. Mas não é
por isso que falo no episódio: falo nele porque é a imagem de marca de Pacheco.
Se Passos Coelho tivesse posto o Relvas em cima duns
patins em linha na descida de Monsanto - como devia ter feito - logo que
surgiram os primeiros rumores sobre as patacoadas do Ministro-Adjunto, Pacheco
iria dizer que as coisas não se fazem assim, que a presunção de inocência é
sagrada, que Passos está verde, blá, blá, blá.
Como Passos não correu com o Relvas, como devia ter feito,
repito eu, Pacheco manda para o ar bitaites sonantes para pôr a rapaziada da
comunicação social a fazer caxas.
Pacheco não perdoa a Passos por este - muito compreensivelmente
- não lhe ligar peva nem ter pachorra para o aturar. Pensar-se-á, assim, que a
posição de Pacheco neste caso é fruto disso: Passos é preso por ter cão e por
não ter porque Pacheco é mesquinho e quer vingar-se por não ser ouvido.
ERRADO!
Nada disso interessa a Pacheco!
Passo a explicar. Pacheco, tal como Miguel Sousa Tavares,
é figura do pódio dos cromos da ideia contrária em Portugal de aquém e além-mar.
Não sei bem qual a posição relativa de ambos, mas acho que estão os dois ex aequo no cume. Pacheco é uma personalidade encantadora para ficar na Marmeleira a editar
o “Abrupto”, a escrever coisas interessantes sobre os comunistas e matérias
correlativas, a cultivar outras actividades intelectuais em que é forte e por
aí fora. Como político é uma lástima porque não consegue controlar a pulsão que
a Psicanálise explica, do culto da ideia contrária: são feitios, como sói dizer-se, prontes!
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