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Durante seis horas e meia, de hoje para amanhã, vai ser possível ver de muitos pontos da Terra a passagem do planeta Vénus em frente do Sol, sob a forma de um disco negro a deslocar-se da esquerda para a direita. É um fenómeno raro, que se repetirá apenas em 2117. E porquê um fenómeno raro? Porque as órbitas da Terra e de Vénus não estão no mesmo plano e só poucas vezes a Terra, Vénus e o Sol ficam enfiados.
Então, é assim: em cada 243 anos, vê-se Vénus a passar em frente do Sol quatro vezes; mais precisamente, duas vezes com intervalo de oito anos, estando estes pares de passagens separados por um intervalo que varia de 105 a 121 anos.
Na era do telescópio, a passagem ocorreu em sete anos: 1631, 1639, 1761, 1769, 1874, 1882 e 2004. E a primeira pessoa a prever que o fenómeno ia acontecer – em 6 de Dezembro de 1631 - foi Kepler. Mas Kepler não chegou a observá-lo porque morreu antes.
O chamado trânsito de Vénus ficou na história da Astronomia porque foi através dele que, usando um método de triangulação, se conseguiu determinar a distância do Sol à Terra (149,6 milhões de quilómetros), o que hoje se usa como unidade de distância em Astronomia - a unidade astronómica (UA).
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