sábado, 9 de junho de 2012

UNIVERSO CÍCLICO

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É hoje razoavelmente consensual que o universo teve início há quase 15 mil milhões de anos e tudo começou numa pequena partícula onde estava contida toda a energia. A partícula “explodiu”no Big Bang, libertou o seu conteúdo ejectando-o no espaço, dando origem a uma série de eventos cósmicos sucessivos que conduziram ao mundo em que vivemos e ainda hoje mexem, e bem.
Postas as coisas desta forma, o tempo não terá fim porque não se concebe que o universo vá sumir-se de alguma maneira. Será por isso infinito no que ao futuro diz respeito. A pergunta é se também é infinito em relação ao passado, ou seja, se houve um minuto zero. Em princípio, sim: houve tal minuto.
Então, temos uma dimensão infinita que não é realmente infinita porque teve um princípio – impossível! O tempo só pode ser infinito se o for nas duas direcções. Ou é o tempo independente do universo, isto é, já existia sem universo? Talvez seja isso.
Mas pensando bem, não sei se se pode fazer essa pergunta, por duas razões. A primeira é que o tempo é uma dimensão constituinte do universo e é pouco lógico que já existisse antes dele. E a segunda é que o problema da natureza finita ou infinita do tempo também se põe com o universo: é finito ou infinito? Se é finito retrospectivamente e começou no Big Bang, tem de ser também finito no futuro, ou seja, tempo virá em que colapsará e sumir-se-á. Se é infinito no futuro, também o é no passado e não começou no Big Bang. Existia já com outra roupagem acompanhado do tempo.
Eureka! É isso mesmo: tempo e universo são partes da mesma cangalhada que sempre existiu, embora com máscaras diversas. É pena não ter sido eu a descobrir o segredo.  Paul Steinhardt ensina várias coisas na Universidade de Princeton, incluindo uma a que chama “Universo Cíclico”. Tal e qual!
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