Passos Coelho não é tanto de carregar pela boca, mas não anda longe—também é de repetição e encrava muito, especialmente quando é preciso enfrentar os espíritos malignos que vagueiam por Portugal e comem tudo para perdição das nossas finanças.
Hoje foi dia de representação em S. Bento de mais um acto da
tragédia grega que é a nossa e fizeram-se discursos inflamados e grandiloquentes,
para me servir do estilo de Baptista Bastos. As coisas não correram mal, se
excluirmos as intervenções de Tozé, a quem se aplica em pleno o escrito de
Alberto Gonçalves do passado Domingo no DN: " Em seis miraculosos anos, o PS conseguiu duplicar a tendência para o
desastre lentamente acumulada nas décadas anteriores e enfiar a pátria amada na
bancarrota e na dependência de esmolas caríssimas. Em circunstâncias ideais, a
derrota eleitoral de 2011 teria lançado os autores da façanha para um
justificado limbo ou, no que respeita aos principais responsáveis, para a
cadeia. Em Portugal, quase (quase) todos andam aí, a instruir os incréus sobre
a arte de bem governar e a recriminar, com voz pungida, a má governação".
Tal e qual—Tozé
sabe muito bem como se sai do buraco, não o deixam fazê-lo, e está indignado
com a incompetência do Coelho.
Mas não é só Tozé.
O socialista com nome de santo, Francisco Assis, acusou o PSD/CDS de ter
"delapidado" no último ano "condições políticas excepcionais"
para governar e, "a partir do
centro-direita, promover algumas reformas importantes para o país".
Tal e qual, digo outra vez! As condições políticas referidas serão—presumo—o
facto da Pátria se ter visto livre do Zezito, que fugiu e nunca mais ninguém viu, a circunstância da esquerda ter sido substituída pelo "centro-direita"—uma
favorável conquista política para Assis, segundo parece—e, deduzo, o total
descrédito do maior partido da oposição que, por um mero acaso é o dele. Aqui,
e só aqui, mas especialmente aqui, estou de acordo com Assis—de
todo; o mais possível.
Coelho deu uma na ferradura e outra também na ferradura,
sem acertar no cravo; mas saiu-se melhor do que esperava—os outros nem na pata da
cavalgadura acertaram; em especial comunistas e bloquistas, e respectivos apêndices oficiais e assumidos, com que não gasto
bytes.
Em resumo, Coelho não se saiu muito mal naqueles jogos
florais. Mas, infelizmente, do que o País mais precisa não é de jogos florais—Portugal
carece urgentemente de alguém que o governe. Parafraseando O'Neill, os portugueses
dizem:
Se eu não estivesse a dormir
perguntaria aos políticos
A que horas querem que vos acorde?
.
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