Serve esta introdução filosófico-científica sofisticada para comentar o episódio burlesco de o Presidente da República e o Presidente da Câmara de Lisboa terem aparentemente hasteado a bandeira nacional de pernas para o ar nas comemorações dessa data histórica—que infelizmente não contou com a presença do Dr. Soares—o 5 barra 10.
Em boa verdade, não me escandaliza nada o fenómeno porque
tudo é relativo. Pergunto eu quem estava em posição correcta: a bandeira
hasteada, ou as personalidades "hasteantes"? Não tenho um nanograma de dúvida que a
bandeira estava certa porque isso faz parte da definição de tal símbolo. Cavaco
e Costa—e
não só—é
que estavam e estão nos antípodas da Pátria, de pernas para o ar. O
mesmo para Coelho, Tozé e resto da coorte política que, pela Graça de Deus,
decide o destino desta Pátria amada que é nossa—por enquanto.
Há coisas que os homens não percebem, mas são
intervenções sábias e discretas da natureza, que tudo resolve, até ao arrepio
da força humana. Perante o estado vigente na Lusitânia, um valor alevantado
muito alto, colocou responsáveis por tal estado de pernas para o ar com o mui
louvável propósito de lhes melhorar a irrigação cerebral. Tal e qual! E verão
que Cavaco vai deixar de dizer, como hoje fez, que não atravessamos
dificuldades unicamente para corrigir os erros do passado recente. Iluminado
como foi pela pletora sanguínea cerebral, até vai entender que o passado de que
fala não é tão recente como isso, tendo tido inauguração nos idos anos de 85 a
95 quando, por inesperada coincidência, era o Primeiro-Ministro de Portugal,
especializado em trocar frotas de pesca, hortas agrícolas e actividades
industriais por auto-estradas e similares.
Se querem saber a minha opinião, acho que a bandeira deve
ficar como está, porque está muito bem; e os participantes das comemorações de
hoje mantidos com a cabeça—dia e noite—abaixo do respectivo centro de gravidade,
como já está o Coelho. Vai ser óptimo para todos, Dr. Soares incluído. Tenho a
certeza.
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