terça-feira, 2 de outubro de 2012

O MUNDO ESTÁ DIFÍCIL EM 1.510 PALAVRAS

.

Hoje, ao percorrer a página de abertura do "Diário de Notícias" on line, senti um frisson: o Dr. Soares voltou, ao fim dum período de ausência interminável e insuportável. Está de volta às terças-feiras, espero eu, sem me conformar se assim não for. O Dr. Soares deixou os leitores na escuridão quase total sem uma explicação, coisa que só perdoo porque hoje voltou em força, numa peça de mais de 1.500 palavras—e que palavras!
Depois de tal ausência, impunha-se  a actualização global, digo eu. Mas estava equivocado porque o Dr. Soares voltou, não com uma actualização global, nem internacional tampouco, mas com uma actualização quase intergaláctica! Desde os "hidrocarburantes" do Árctico, que o leitor não sabia ser o nome dos combustíveis fósseis com hidrocarbonetos do Árctico mas ficou a saber (o dicionário de Espanhol-Português do Dr. Soares traduz assim o termo "hidrocarburos" que leu no artigo donde copiou a prosa); até à Síria, onde Bashar al-Assad nunca mais morre, nem o Dr. Soares janta; passando pela França que, nas últimas eleições presidenciais," trocou Sarkozy por François Hollande, socialista, com uma visão diferente para vencer a crise, o que tem obrigado a chanceler Merkel a flexibilizar as suas posições"; até "Mariano Rajoy, o novo primeiro-ministro de Espanha, ultraconservador, mas com algum bom senso", coisa só comparável à quadratura do círculo para o Dr. Soares, socialista e verdadeiro ícone do bom senso. 
Mas o oráculo da Praia do Vau não só arrasa justamente este governo, como vai mais longe e ensina. À pergunta sobre se há alternativa à austeridade, responde: " Os neoliberais dizem que não, porque os Estados não têm dinheiro. O que é falso. O dinheiro fabrica-se quando é preciso". Tal e qual! Estivesse o Grande Mário do Grand Prix à cabeça das finanças do Eurogrupo e a rotativa do Banco Central já tinha gripado; mas dinheiro não faltaria—a fartura seria tanta que se chamava novamente o Zezito por incapacidade de dar saída a tanto Euro!
Ah ganda Marocas—ninguém faz redacções como tu! Já no Colégio Moderno eras sempre o primeiro: um Ramalho Ortigão em ponto pequeno. Em ponto pequeno naquela altura; porque nesta altura, era altura de estares calado.
...

Sem comentários:

Enviar um comentário