A fúria corre o mundo muçulmano porque uns tipos péssimos, de gosto e talento péssimos, fizeram um filme péssimo sobre o profeta da religião Islâmica, Maomé. É a ofensa gratuita, explicável apenas por atraso mental—ou perto disso—dos promotores da iniciativa.
O Islamismo está compreensivelmente associado à imagem da prática de actos violentos, bárbaros e condenáveis e o comportamento de alguns—bastantes—dos que se dizem seus seguidores não ajuda muito a mudar tal imagem. Mas há também fiéis do Islão que merecem o nosso respeito porque não comungam nessas práticas de terror e são cidadãos cuja crença religiosa deve ser respeitada, como todas as outras.
Serve isto para dizer que, sendo a religião matéria que
toca fundo nos que acreditam, deve ser respeitada de todas as formas, incluindo
a abstenção de a parodiar; e vem a propósito dum artigo a sair na revista
"New Yorker" em 8 de Outubro e a que já se tem acesso através dos
spots promocionais da publicação. Chama-se a peça de mau gosto "My
Man" e é escrita por um tal Paul Rudnick, autor de outras pessegadas como "I
Was Gandhi’s Boyfriend". Na pessegada agora em causa, Rudnick pretende
fazer humor a partir da recente informação sobre uma possível mulher de Jesus
Cristo, mencionada num papiro estudado pela Dr.ª King, da Universidade Harvard.
Rudnick conta uma história envolvendo Cristo e uma tal Melissa—alegadamente
casada com o profeta do Cristianismo—que não tem piada e ofende
gratuitamente quem é crente.
Falo nisto para dizer que não é só em pasquins que se
publica lixo. Rudnick, que não conheço de lado nenhum—nem da tropa—configura
o intelectual com um traumatismo freudiano secreto que o leva a ofender gente,
sejam seguidores de Gandhi, sejam cristãos, budistas, seguidores de Zaratustra,
sócios do Benfica, do Sporting, o que quer que seja. Rudnick não é um sacana
porque não tem estudos para isso—Rudnick é o exemplar típico do
sacaninha.
.
Se quiser ler o texto referido—com uma mola no nariz—fica aqui o link para a revista online. Como não sei se o link continuará a funcionar durante muito tempo, pode ler a transcrição do texto aqui.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário