quarta-feira, 3 de outubro de 2012

PESSIMISMO SOCIAL E AMBIENTAL

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Xangai tem capacidade para distribuir diariamente 16 milhões de toneladas de água canalizada,  suficiente para satisfazer as necessidades de 26 milhões de pessoas. Se a população subir para 30 milhões, vão ser necessárias 18  milhões de toneladas de água. Xangai vai ter 30 milhões de almas dentro de sete anos.
Dir-se-á: em sete anos, aumenta-se o fornecimento em dois milhões e pronto. E depois? Depois, aumenta-se outra vez, e outra, e outra. Até quando? Até onde for preciso.
Está desconfiar que não é tão simples assim e está a desconfiar bem porque na China não há só o aumento quantitativo da população—a ele soma-se o progresso, isto é, a mudança de hábitos, que aumenta as exigências por unidade.
Só com a água? A água é um exemplo apenas porque há muitas outras exigências, como o saneamento básico; a remoção e tratamento dos chamados resíduos sólidos, vulgo lixo, que crescem exponencialmente com o desenvolvimento; o transporte duma massa humana daquela dimensão; a educação, a assistência médica, o abastecimento alimentar, blá, blá, blá.
Como Malthus, temos tendência para dramatizar este tipo de problemas no futuro e depois as coisas resolvem-se sem drama—é verdade: a História vai ensinando isso. Mas 30 milhões de pessoas numa cidade a aproximarem-se do padrão de consumo Ocidental! E depois 40 milhões, e depois... , é de susto. Mas a natureza vai-se encarregar de resolver o problema. Não sabemos como, porque já não estaremos cá, mas resolve—tenho a certeza. E sem o homem fazer nada. Pelo contrário, apesar do homem fazer o possível para que não se resolva. É curioso! E dos livros!
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