Dir-se-á: em sete
anos, aumenta-se o fornecimento em dois milhões e pronto. E depois? Depois,
aumenta-se outra vez, e outra, e outra. Até quando? Até onde for preciso.
Está desconfiar
que não é tão simples assim e está a desconfiar bem porque na China não há só o
aumento quantitativo da população—a ele soma-se o progresso, isto é, a mudança
de hábitos, que aumenta as exigências por unidade.
Só com a água? A
água é um exemplo apenas porque há muitas outras exigências, como o saneamento
básico; a remoção e tratamento dos chamados resíduos sólidos, vulgo lixo, que
crescem exponencialmente com o desenvolvimento; o transporte duma massa humana
daquela dimensão; a educação, a assistência médica, o abastecimento alimentar,
blá, blá, blá.
Como Malthus,
temos tendência para dramatizar este tipo de problemas no futuro e depois as
coisas resolvem-se sem drama—é verdade: a História vai ensinando isso. Mas 30
milhões de pessoas numa cidade a aproximarem-se do padrão de consumo Ocidental!
E depois 40 milhões, e depois... , é de susto. Mas a natureza vai-se encarregar
de resolver o problema. Não sabemos como, porque já não estaremos cá, mas
resolve—tenho a certeza. E sem o homem fazer nada. Pelo contrário, apesar do
homem fazer o possível para que não se resolva. É curioso! E dos livros!
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