quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O POETA ALEGRE

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Alegre—de seu nome e triste de facto—disse algures que os portugueses são hoje um povo sem esperança e  não se pode viver sem esperança. Não posso estar mais de acordo. Só que a esperança é para ser mantida nos limites do razoável e do possível e ter em conta a realidade lusitana. Não pode ser o que tem sido e a que o apagado Ministro da Economia chamou hoje—com alguma e inesperada chispa—a "festa socialista" das últimas décadas. Com o País de tanga, de cócoras, a mão estendida à usura internacional, situação decorrente em linha recta da referida festa, permitem-se os socialistas fazer críticas a tal situação e até insinuar que têm solução para ela—uma ternura, não fosse trágico.
Mas Alegre também gosta de jogar a roleta russa pelo que leio, afirmando que os brandos costumes dos portugueses podem dar origem a actos de violência. E para que não fiquem dúvidas sobre a matéria, lembra que em Portugal já se matou um rei, um príncipe, um primeiro-ministro e um presidente da república. Foi uma boa e oportuna lembrança esta. 
Não admira muito a sugestão, vinda do lado que vem, onde residiam as mãos executoras de tais actos de ética republicana.
Portugal está entregue a medíocres! Pior ainda—muitos deles estão senis.
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