
Aproxima-se o fim do ano, época de fazer balanços. A Ciência é sempre objecto de tal atenção. Nesta matéria, é muito difícil avaliar o que foi mais importante porque o relevo dos factos depende, entre outras coisas, das consequências que produzem e tal não se conhece em cima dos acontecimentos. Toda a opinião é subjectiva. Postas estas reservas, também tenho opinião - pois claro! - e vou referir três histórias que mais me impressionaram no mundo científico em 2009. Para descongestionar, será publicada uma por dia.
A primeira tem indirectamente a ver com Darwin, mas tem mais com um seu competidor, o biólogo francês Jean-Baptiste de Lamarck. Resumidamente, dizia Lamarck que o meio ambiente e o comportamento dos seres vivos nesse meio pode fazer adquirir características anatómicas e funcionais novas e que tais

A teoria de Lamarck nunca foi bem aceite e caiu em descrédito. Mas agora surgem novas notícias. Em Fevereiro foi publicado o resultado de um trabalho feito em ratinhos com deficiência da memória induzida por engenharia genética. Os

Em Novembro, outra experimentação foi feita em ratinhas grávidas alimentadas com dieta muito rica em gordura. Os filhos nasceram maiores que o normal e eram insensíveis aos efeitos da insulina. Estas características transmitiam-se aos filhos, netos das ratinhas submetidas à experimentação.
A influência exterior nos genes é objecto de uma corrente de investigação actual, a epigenética. Independentemente de provavelmente levar à revisão de uns tantos conceitos da teoria darwiniana, tem consequências práticas para a compreensão de doenças genéticas e da forma como actuam alguns medicamentos, nomeadamente no tratamento do cancro.
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Jean-Baptiste Pierre Antoine de Monet, Chevalier de Lamarck, na foto superior.
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