No Reino Unido, o Payments Council decidiu acabar com o pagamento por cheque a partir de Outubro de 2018. É desnecessário dizer que o Payments Council é um organismo constituído por 16 intelectuais, quase todos banqueiros. O respectivo, e respeitável, presidente achou bonito emitir a seguinte peça: No Século XXI, há melhores maneiras de fazer pagamentos que o papel e é tempo da economia colher os frutos da sua substituição.
Onde está economia leia-se bancos, porque o processamento de cada cheque custa-lhes cerca de 1 libra (± €1,12) e o pagamento electrónico fica por 25% disso. Não há dúvida que é tempo de acabar com o papel, até porque o papel destrói muitas árvores e os banqueiros preocupam-se imenso com o problema. É só por causa disso que a toda a hora pedem aos clientes para receberem os extractos via Internet.
No Reino Unido, os cheques usam-se há mais de 350 anos e 4 milhões, em média, são passados diariamente. É a principal forma de pagamento de quantias maiores por pessoas idosas, especialmente em lares e instituições semelhantes, e é a mais utilizada por toda a gente no pequeno comércio. Velhos e lojistas modestos gemem com a medida agora anunciada. Dir-se-á que ainda faltam quase 9 anos e até lá muita coisa acontece, nomeadamente o passamento dos que não sabem usar dinheiro de plástico, entre outras desgraças.
O cheque é um instrumento controverso. Além de anacrónico, é meio privilegiado de burla. Mas o dinheiro propriamente dito é ainda mais anacrónico e ninguém fala em acabar com ele. E, quanto às burlas, é matéria para ser resolvida entre quem os passa e quem os recebe. A sua aceitação tem de ser facultativa. No dia em que quem aceitar um cheque como forma de pagamento souber que, se ele for descapotável, vai ter de assumir o prejuízo daí resultante, e que não é sancionado por o rejeitar, não vejo razão para acabar com o papel. Só cai quem quer.
E quanto aos senhores banqueiros, passem muito bem, porque não estou muito preocupado com eles.
Onde está economia leia-se bancos, porque o processamento de cada cheque custa-lhes cerca de 1 libra (± €1,12) e o pagamento electrónico fica por 25% disso. Não há dúvida que é tempo de acabar com o papel, até porque o papel destrói muitas árvores e os banqueiros preocupam-se imenso com o problema. É só por causa disso que a toda a hora pedem aos clientes para receberem os extractos via Internet.
No Reino Unido, os cheques usam-se há mais de 350 anos e 4 milhões, em média, são passados diariamente. É a principal forma de pagamento de quantias maiores por pessoas idosas, especialmente em lares e instituições semelhantes, e é a mais utilizada por toda a gente no pequeno comércio. Velhos e lojistas modestos gemem com a medida agora anunciada. Dir-se-á que ainda faltam quase 9 anos e até lá muita coisa acontece, nomeadamente o passamento dos que não sabem usar dinheiro de plástico, entre outras desgraças.
O cheque é um instrumento controverso. Além de anacrónico, é meio privilegiado de burla. Mas o dinheiro propriamente dito é ainda mais anacrónico e ninguém fala em acabar com ele. E, quanto às burlas, é matéria para ser resolvida entre quem os passa e quem os recebe. A sua aceitação tem de ser facultativa. No dia em que quem aceitar um cheque como forma de pagamento souber que, se ele for descapotável, vai ter de assumir o prejuízo daí resultante, e que não é sancionado por o rejeitar, não vejo razão para acabar com o papel. Só cai quem quer.
E quanto aos senhores banqueiros, passem muito bem, porque não estou muito preocupado com eles.
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