A noite de passagem de ano é diferente. O primeiro segundo do novo dia é, na realidade, igual a todos os primeiros segundos de cada dia; mas este está carregado da crença de que na nova página do calendário existe qualquer coisa melhor que na página anterior. E diz-nos a História que existe.
Já neste blog citámos Steven Pinker, assinalando a diminuição da violência nos últimos séculos. Mas não é só de diminuição da violência que depende a qualidade da vida, embora tal seja importante. O progresso do conhecimento puro e a sua aplicação ao quotidiano – ciência pura, ciência aplicada e humanidades - tem permitido a melhoria da saúde, mais bem estar social e o aumento do conforto. Só que estas benesses são distribuídas de forma homeopática; tão homeopática que nem nos aprecebemos delas no dia a dia. Por isso, esperamos pelo fim do ano para comemorar o cabaz da colheita dos 365 dias passados, de cujo conteúdo vamos beneficiar no ano seguinte.
Em boa verdade, a festa da passagem do ano enaltece o que vai ser melhor a seguir, fruto do progresso do ano que acaba.
As crises como a que atravessamos são desgraças conjunturais. Não alteram a tendência geral da evolução progressiva da humanidade. São insuficientes para matar o optimismo concentrado desta noite.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
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