terça-feira, 27 de março de 2012

DO COZIDO À PORTUGUESA A MALTHUS E DARWIN

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Charles Darwin ensinou que os seres mais aptos sobrevivem e os fracos desaparecem. É preciso pedalar, lutar e, se necessário, linchar o próximo: é a vida! É competitiva, claro. Mas os maus é que vencem e os bons ficam no último lugar – mal feito!
Contudo, o Homo sapiens deu um pouco a volta ao problema. E o que fez o Homo sapiens? Por exemplo, levanta-se de manhã, vai ao café, toma o galão, come o croissant. Tal e qual! E daí, perguntar-se-á. Daí, ajuda o dono do café a sobreviver, ajuda o lavrador que cria a vaca leiteira a sobreviver, ajuda todos que contribuíram para o café do galão chegar àquele copo, ajuda o padeiro dos croissants, ajuda o Victor Gaspar, ajuda o empregado do café, blá, blá, blá. É a cooperação, o novo dado biológico: o homem compete, mas também coopera. Aí está como é.
É bom? Dizem que sim e eu também acho. Apesar de que há uma data de artolas que sobrevivem e atrapalham; e reproduzem-se, enchendo o mundo de artolinhas. Chegados aqui, pergunta-se: qual é o mal dos artolas e dos artolinhas? A humanidade vai jogar algum campeonato com extra-terrestres e precisa de ter só bons jogadores no plantel? Não vai.
O problema, se há problema - e gostava de saber se há – tinha-o Malthus, com essa coisa da progressão geométrica da população e aritmética dos meios de subsistência.
Mas parece que a questão é mais grave ainda. Ao contrário das preocupações de Malthus, a ansiedade agora não é só por causa dos meios de subsistência – a razão é mais ampla porque o planeta está a ficar sem capacidade de suportar a vida. É a poluição, a desflorestação, eventualmente o aquecimento, a ameaça de esgotamento dos recursos energéticos, a extinção de espécies vegetais e animais indispensáveis, particularmente no mar, e outras coisas que nem sei se são menores ou maiores, como a SIDA, a dependência das drogas e por aí fora. Uma tragédia!
O facto é que a situação actual é esta: a evolução tinha inicialmente dois princípios básicos: a mutação genética e a selecção. O primeiro gerava a variedade biológica, ou seja as espécies, por alterações dos genes; o segundo escolhia as espécies e os membros de cada espécie mais aptos e eliminava os mais “fracos”. Agora temos um terceiro princípio, a cooperação, que controla a selecção, “salvando” os fracos. Tal é humanamente primoroso. Não sabemos ainda é o que dá. Tenhamos fé.
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