sexta-feira, 19 de outubro de 2012

MUITO RISO, MUITO SISO

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Pode haver riso sem humor—no embaraço, na vingança, com gás hilariantemas não há humor sem riso. Rir exige um corpo, razão porque  os seres puramente espirituais não apreciam anedotas. O deuses de Homero, sendo corpóreos, podiam rir e riam. Zeus, após ter nascido, riu continuamente durante uma semana. Há quem ria poucopor exemplo Newton só riu uma vez na vida quando lhe perguntaram para que servia o livro de Euclides "Os Elementos". Stalin ria mas, segundo Zhukov, só ria para dentro. E Gladstone, Margaret Thatcher e John Swift não eram vistos a rir quase nunca. Jesus chorava, de acordo com as escrituras; contudo, não se sabe se ria. Umberto Eco fala nisso no livro "O Nome da Rosa", mas não me recordo se chegou a alguma conclusão. Aliás, Alfred Whiteheado tal que escreveu o livro "Principia Mathematica" com Bertrand Russel, com milhares de páginas, sendo as 362 primeiras dedicadas a demonstrar que 1 mais 1 é igual a 2Whitehead, referia eu, disse um dia que a total ausência de humor na Bíblia faz dela um dos casos mais singulares da literatura mundial, desde que a escrita foi inventada.
O riso, tal como amor—seu único rival nas fontes endógenas de prazer— faz a ponte entre o físico e o mental, escrevia Max Beerbohm num ensaio. E acrescentava que, enquanto o amor parte do físico para culminar no mental, o riso segue caminho inverso. É uma das mais puras—se não a mais pura—manifestação de humanidade. Cuidado com quem ri pouco ou nada, digo eu que também sou gente. Há pessoas no Governo assim, acrescento e aviso!
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