Anualmente, 50 milhões de animais são usados na investigação científica, 250 milhões de toneladas de carne são produzidas e 200 milhões de toneladas de peixe são pescadas para alimentação humana. Estes números são armas de arremesso usadas por incontáveis instituições alegadamente bem intencionadas do planeta azul. E, postas as coisas desta forma, convenhamos que nos deixam um bocado desconfortáveis.
O problema é que os números não podem ser vistos sem
contextualizar. O homem é um animal omnívoro de sua natureza, embora haja
milhões de pessoas saudáveis que não comem proteínas animais, e não foi ele que
escolheu ser assim. Aliás, o mesmo acontece
com muitas outras espécies que vivem da predação.
O argumento de que a qualidade de ser inteligente o
deveria levar a rever a forma de subsistência não colhe. O Homo sapiens,
exactamente porque é sapiens, não deve torcer a natureza: é contra naturam,
posição habitualmente mal sucedida, ensina a História.
O mais intrigante, do meu ponto de vista, é como se
explica a obrigatoriedade da predação e do parasitismo, numa escala inenarrável no planeta Terra, parte
do universo alegadamente obra de um
ser inteligente. As plantas são auto-suficientes, mas os animais é o que se vê.
Porque não convertem também o carbono, o hidrogénio e o oxigénio em
matéria orgânica, para não andarem a comer-se uns aos outros? Não entendo!
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