O telescópio espacial Kepler (da NASA), destinado a
descobrir planetas novos fora do Sistema Solar (exoplanetas), pifou
parcialmente. Não se tornou totalmente inútil porque pode continuar a enviar informação para a Terra, embora menos que a planeada. Acresce que há um número
enorme de observações feitas, ainda em arquivo e a aguardar análise. Na
sequência desse trabalho, um
grupo de cientistas americanos e dinamarqueses encontraram um planeta
aproximadamente do tamanho do nosso, cerca de Terra X 1.16 ± 0.19, tão perto da
sua estrela que faz uma translação completa em 8 horas e meia.
Isto é, o ano dura ali 8 horas e meia. Há mais planetas com anos "na
brasa", mas este ocupa o pelotão da frente. Recorde-se que em Mercúrio, o
planeta mais próximo do Sol, um ano dura 88 dias terrestres, aproximadamente 260 vezes mais do
que no agora encontrado.
Mas, tirando isso, tudo é bom ali. Por exemplo, a
temperatura da superfície varia entre 2.000 e 2.800 graus Celsius, ligeiramente
mais fresco do que tem estado em Lisboa desde há uma semana (para não falar em
Beja), não há atmosfera, "varrida" pelas radiações ultravioleta e de
partículas emitidas pela estrela, e a superfície é fofa e macia, constituída
por um oceano de lava, onde infelizmente não se pode navegar à vela porque, na
ausência de atmosfera, não há vento—ali nunca houve maldito que velas tenha posto em seco lenho:
num planeta assim, só a vapor ou diesel. Sem esquecer o frigorífico para a cerveja,
naturalmente!
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