É comum a noção de que a maioria dos pobres têm aptidão
intelectual inferior à dos não pobres. Por vezes diz-se que por essa razão é
que são pobres, ou que o pobre, por o ser, tem menos instrução, e outras
banalidades. A verdade é que não há estudos decentes sobre isso.
O número de 30 de Agosto deste ano da revista
"Science" publica um artigo de dois psicólogos e dois economistas das
universidades de Harvard, British Columbia, Princeton e Warwick que aponta
para a possibilidade da própria situação de pobreza diminuir a aptidão intelectual,
independentemente do efeito de situações como a fome, a doença, ou outras. Segundo
os autores, a pobreza monopoliza a atenção de maneira obsessiva e cria pensamentos
"parasitas" que prejudicam enormemente o raciocínio e a capacidade
cognitiva.
O estudo inclui uma população na Índia que tem no ano um
período de fartura, após as colheitas, e outro de privação, antes destas, e a diferença
de desempenho intelectual é flagrante. A
pobreza pode diminuir o QI cerca de 13 pontos.
Informação deste tipo é fundamental do ponto de vista
sociológico e político. A ideia de que somos todos iguais é verdadeira até prova em
contrário. E o estudo referido é a prova provada de que há uns menos iguais.
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A
pobreza põe uma surdina em todas as actividades humanas, sem exceptuar as do
espírito.
Henry Mencken
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