sábado, 31 de agosto de 2013

NÃO É FÁCIL SER POBRE

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É comum a noção de que a maioria dos pobres têm aptidão intelectual inferior à dos não pobres. Por vezes diz-se que por essa razão é que são pobres, ou que o pobre, por o ser, tem menos instrução, e outras banalidades. A verdade é que não há estudos decentes sobre isso.
O número de 30 de Agosto deste ano da revista "Science" publica um artigo de dois psicólogos e dois economistas das universidades de Harvard, British Columbia, Princeton e Warwick que aponta para a possibilidade da própria situação de pobreza diminuir a aptidão intelectual, independentemente do efeito de situações como a fome, a doença, ou outras. Segundo os autores, a pobreza monopoliza a atenção de maneira obsessiva e cria pensamentos "parasitas" que prejudicam enormemente o raciocínio e a capacidade cognitiva.
O estudo inclui uma população na Índia que tem no ano um período de fartura, após as colheitas, e outro de privação, antes destas, e a diferença de desempenho intelectual é flagrante. A pobreza pode diminuir o QI cerca de 13 pontos.
Informação deste tipo é fundamental do ponto de vista sociológico e político. A ideia de que somos todos iguais é verdadeira até prova em contrário. E o estudo referido é a prova provada de que há uns menos iguais.
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A pobreza põe uma surdina em todas as actividades humanas, sem exceptuar as do espírito.
Henry Mencken
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