O Tribunal Constitucional chumbou uma lei que pretendia
dar ao Governo, segundo parece, poder para despedir funcionários públicos de
forma mais ou menos arbitrária. Os meritíssimos—que dão uma no cravo e outra
na ferradura, em conformidade com as suas convicções políticas e interesses próprios—deram
uma ensaboadela ao Pedrito.
Pedrito é burro, ponto. Primeiro, porque não percebe que
quando começa a fazer avisos aos meritíssimos, está a admitir que as leis em
apreço são inconstitucionais e carecem de avisos para passar. Depois, porque os
avisos são uma forma de pressão e os meritíssimos não são sensíveis a pressões—desde
que os seus interesses pessoais não sejam beliscados, bem entendido. Por exemplo,
deixaram passar o imposto da Contribuição Extraordinária de Solidariedade
aplicado aos pensionistas porque eles—meritíssimos—não são abrangidos, mas não
deixaram passar o corte dos subsídios de férias e Natal porque eles—meritíssimos—eram
atingidos. Aí está, ou voilà para os francófonos.
A seguir, virá outra novela que será o corte de 10% nas
pensões da função pública. Suas Excelências—meritíssimos—não serão atingidos,
segundo as regras actuais. Mas um Secretário de Estado imprudente e incauto,
pressionado pelos jornais, já bazofiou que
irão ser abrangidos: eles—meritíssimos— e os diplomatas—menos meritíssimos.
Assim, Pedrito virá de novo lançar alertas laranja ao Tribunal e, naturalmente,
vai levar no coco, o que não é mal feito.
Antigamente, dizia-se assim: Queres dinheiro? Vai ao Tota!
Agora, digo eu ao Pedrito: Queres dinheiro? Vai ao BPN. Tal e qual.
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