Ainda hoje não sabemos como a vida surgiu na Terra. No
Século V AC, o grego Anaxágoras acreditava que os "germes da vida" tinham
vindo do espaço, sob a forma de micro-organismos que teriam encontrado aqui
condições favoráveis ao desenvolvimento; e à evolução, diríamos agora. Tal
teoria, dita panspermia, foi retomada no Século XIX e os seus defensores
apoiam-se no facto de existirem bactérias—chamadas extremófilas—resistentes a
temperaturas extremas, ao vazio, à radiação ionizante e a outros factores hostis
do espaço. Serão elas os últimos seres vivos a desaparecer da Terra quando esta
acabar dentro de um milhar de milhões de anos.
Mas o inverso também é verosímil. Isto é, a vida pode ter
nascido no nosso planeta, embora não se saiba como, e daqui ter partido para
outros astros; por exemplo, na sequência do impacto de asteróides. Sabemos que
há 65 milhões de anos um asteróide com mais de 10 km de diâmetro embateu na
Terra, o que levou ao desaparecimento dos dinossauros em consequência da
perturbação causada na atmosfera. Segundo estudos de investigadores japoneses,
um impacto desses, seguramente, pode lançar no espaço material capaz de atingir a Lua e Marte e talvez outros planetas do Sistema Solar e o espaço interestelar.
A ser assim, se algum dia se encontrar uma bactéria na Lua, ou em Marte, é bem
possível que ela tenha viajado para lá da bola azul onde vivemos. E é também
admissível que essas embaixatrizes da Terra já residam em planetas fora do
Sistema Solar.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário