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Há não muitos anos, no tempo de vida de muitos como eu, a carta e o telefone eram os únicos meios de comunicar à distância disponíveis para o cidadão comum. Dentro do mesmo país, uma carta escrita a um familiar ou amigo podia ter resposta, se as coisas corressem bem, numa semana aproximadamente. Os computadores e a Internet mudaram tudo e revolucionaram a sociedade duma forma de que as pessoas raramente se lembram. Não falo dos jovens que já nasceram com um computador na mesa de cabeceira, mas dos jovens do meu tempo.
Quando duas pessoas em lados opostos da Terra comunicam pelo Skype, não só ouvindo-se mas vendo-se uma à outra, estamos perante uma coisa parecida com um milagre. A vida mudou à velocidade da luz. Comparadas com isto, as viagens de avião a jacto têm sabor a corrida de tartarugas, e são adicionalmente chatas e caras.
O poder da Internet expandiu o campo de acção pessoal até aos antípodas e deu-nos acesso a ilimitado meio de informação, colocando o universo ao nosso dispor num pequeno monitor em casa, na rua, nos transportes ou na praia.
O Google é o fiel depositário de tudo quanto é conhecimento, desde o horário dos comboios, às farmácias de serviço, à Teoria Geral da Relatividade de Einstein e aos discursos do Nóvoa.
Depois disto, para melhor, só falta a transferência electrónica do corpo humano daqui para a Patagónia para visitar os pinguins de manhã e vir à tarde almoçar ao Tavares Rico.
Nota—o post em cima é uma laracha sobre um tema sério e foi inspirado por um texto publicado no "AEON Ideas" que pode e deve ler aqui.
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