sexta-feira, 21 de abril de 2017

AMANHÃ VOU AO BANCO

.
.
NADANDO EM DINHEIRO
.
Há coisas no mundo das finanças e da economia que, para um leigo como eu — quase com o dinheiro guardado no colchão e sem um cêntimo de dívida a ninguém, seja banco, seja Carlos Santos Silva, amigo do Zezito  —, são  uma charada: como essa trapalhada do ouro; do "dinheiro papel ou metal sonante"; do "dinheiro papel tout court", tipo acções, obrigações e outras formas de papel alegadamente representando dinheiro; e por aí fora.
Fui hoje assaltado por esta ideia ao ler um artigo de Ed Conway no The Times. Diz Conway: "Há uns dois meses, o Bundesbank anunciou, com surpresa nossa, que nos últimos quatro anos o Banco Central da Alemanha havia transferido 300 toneladas de ouro do Banco da Reserva Federal em Nova-Iorque para os seus cofres em Frankfort. A transferência estava prevista para 2020, mas os alemães, ansiosos, anteciparam-na três anos. Porque quis um banco central repatriar ouro numa época em que o ouro não tem grande coisa a ver com o sistema monetário internacional? A explicação oficial foi a de que, numa era pós Guerra-Fria, não faz sentido espalhar reservas económicas pelo mundo, embora haja outras teorias.
Em boa verdade, o problema diz respeito à diferença entre o ouro que as pessoas julgam ter e o ouro que têm na realidade. Se todo o ouro extraído até hoje das minas do planeta fosse fundido, mal chegaria para encher três piscinas olímpicas. Mas o ouro que os investidores pensam que têm, em papel e por aí fora, se existisse, seria muito mais  provavelmente bastante para encher Loch Ness. Por outras palavras, se o quisessem vender, ficariam com as mãos cheias de papel de embrulho, ou coisa pior.
Perante este cenário, o que conta acima de tudo é ter a "coisa", a "massa", o "cacau", o "pilim", ou o que lhe quiserem chamar, na mão. Voilá!!!... Aqui está um "intelectual" que pensa como eu. Que bem o entendo...
Ed Conway é o editor económico da Sky News — deve ser um nadinha menos burro que eu, e eu tenho a mesma visão que ele. Por isso, não vou dormir descansado esta noite — e na Segunda-Feira vou ao banco buscar o dinheirinho da minha pensão e metê-lo no colchão. Ai vou, vou...
.

Sem comentários:

Enviar um comentário