domingo, 9 de julho de 2017

O QUE FAZ FALTA É D. ARMINDA

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No meio da desgraça que assola a Pátria, ainda há pessoas com sentido de humor e conhecimento da diferença entre o que é ridículo, o que é incompetência e o que é as duas coisas simultaneamente. Guilherme Duarte, que escreve um texto com o título "Como evitar os roubos de armas militares" no site SAPO.pt é uma delas. Entre as várias medidas propostas, destaco esta que me parece inspirada, eficaz e barata:
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Ter uma torre de vigilância com uma porteira. Gastaram-se 400 mil euros num sistema de vigilância que não funciona quando bastava uma dona Arminda por paiol com uma televisão com acesso às «Tardes da Júlia» e ao «Você na TV». Uma porteira a sério vale mais do que mil câmaras de filmar, com a vantagem de não serem necessárias horas e horas de visionamento de imagens para vislumbrar os criminosos. Bastaria dar os bons dias à dona Arminda para que ela contasse tudo:

- Bom dia, Dona Arminda.
- Bom dia, olhe, eu nem gosto de ser intriguista, mas sabe quem é que veio aqui ontem à noite? O Zé, sabe? Aquele militar que costuma trazer uns amigos de aspeto duvidoso? Eram cerca das 23h47 quando ele aparece e pela cara dele estava bêbedo e sai com duas paletes do que me pareceu serem granadas.
- Obrigado pela informação, dona Arminda.
- Sabe como é, eu nem gosto de me meter na vida das pessoas e cada um sabe de si, mas achei que devia saber.
- Fez bem em avisar.
- Já que estamos aqui a falar e não querendo lançar boatos, quer-me parece que o Júlio, aquele que traz sempre a farda toda engomadinha e imaculada, é gay. Nada contra, mas pronto.

Uma boa porteira cusca vale mais do que o sistema de espionagem da NSA.
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