domingo, 2 de julho de 2017

O BURACO NEGRO DA ASCENDÊNCIA CÓSMICA

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Os antigos gregos discutiam com calor a origem do tempo. Aristóteles, partidário do "não-princípio", argumentava que o nada não gera nada, ou que nada nasce do nada, não podendo o Universo ser resultado da transformação do nada em alguma coisa. Consequentemente, o Universo sempre terá existido e existirá. Por isso, o tempo estender-se-á infinitamente no passado e no futuro.
Os teólogos cristãos defendem o contrário. Santo Agostinho argumentava que Deus existe "fora" do espaço e do tempo, podendo trazer estas entidades à existência, tal como formatar outros aspectos do mundo. Interrogado sobre o que fazia Deus antes de criar o Universo, respondia que o tempo é parte integrante da criação do mundo e, portanto, para Ele, não há "antes" — seja da criação do Universo e do próprio tempo.
A teoria de Einstein vai nesse sentido. O espaço e o tempo são entidades maleáveis e, em grande escala, o espaço é naturalmente dinâmico, expandindo-se ou contraindo-se, transportando a matéria como a maré arrasta a madeira flutuante.
Os astrónomos confirmaram, em 1920, que o Universo actual está em expansão, com as galáxias a afastarem-se umas das outras. É a expansão infinita no tempo futuro infinito. E quanto ao tempo passado? Há dificuldades.
Sabe-se hoje que tudo começou num ponto de diâmetro ZERO — o pré-Big-Bang. Em consequência, o espaço não pode estender-se para trás infinitamente. Tanto quanto se pensa, teve um início há perto de 14 mil milhões de anos. E o tempo? Já existia? Essa é a área mais escura da nossa ascendência cósmica — não sabemos nada sobre isso.

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