sábado, 8 de julho de 2017

QUARTO MUNDO

...


...
[...] Desde o primeiro momento, a loucura intrínseca à aliança das “esquerdas”, legitimada por um Presidente que o artigo 328.º do Código Penal me impede de comentar, mostrou ao que vinha e para que servia. O impressionante não é que o desastre se tenha confirmado com estrondo, mas que durante ano e meio o desastre se confundisse, para uma notável percentagem da população, com um relativo sucesso. A sucessão de glórias circenses, da bola às cantigas, passando pelo Santo Padre ou pelo Santo Guterres, não explica tudo. A submissão de boa parte dos “media” explica um bocadinho. As benesses do turismo explicam outro bocadinho. A apatia do bom povo e o júbilo das clientelas talvez expliquem o resto. [...]

[...] No mesmo dia em que os funcionários da ditadura atacaram com marretadas pedagógicas o parlamento venezuelano, o Conselho Português para a Paz e Cooperação, uma excrescência do PCP, desfilou a regozijar-se com o sangue das vítimas. Na homenagem, participaram, cito, “representantes da câmara municipal de Lisboa” e, quiçá em celebração de Tancos, a Banda do Exército. Segundo o “Diário de Notícias”, o belo evento “foi perturbado por um incidente com um cartaz”. O cartaz rezava “Venezuela Livre”, e o portador acabou devidamente assaltado em prol da paz e, claro, da cooperação.
Portugal não está nas mãos de irresponsáveis, tradição a que aliás nos habituáramos: está nas mãos de criminosos, por acção ou omissão. São eles que, a cada calamidade, juram que podia ter corrido pior. E, no que depender deles, há-de correr.

.
Alberto Gonçalves in "Observador"
.

Sem comentários:

Enviar um comentário