A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) enviou ao jornal “Diário de Notícias” uma recomendação em que diz, em resumo, o seguinte:
Considerando a análise
efetuada aos comentários divulgados na edição online do jornal Diário de
Notícias;
Blá, blá, blá;
Verificando a
enorme profusão, na edição online do Diário de Notícias, de conteúdos
com linguagem insultuosa e ofensiva, com incentivo à violência, ao ódio e de
natureza homofóbica, que claramente extravasam os limites constitucionalmente
consagrados à liberdade de expressão;
Blá, blá, blá;
O Conselho
Regulador recomenda ao Diário de Notícias a adoção de um sistema de validação
de comentários eficaz e que, desse modo, se abstenha de publicar comentários
que ultrapassem os limites consagrados à liberdade de expressão, adotando assim
uma conduta que respeite os direitos fundamentais.
Está perfeito! Mas
a pergunta é: o que tem andado a ler a ERC até agora?
É que comentários
do mais confrangedor primarismo, no “Diário de Notícias” e em quase todos os
jornais, são diários há muito tempo, duma assiduidade notável, e expressão do
nível cultural abaixo de cão do povo lusitano; e a ERC só agora deu por isso.
Todos pensávamos, incautamente,
que a ERC lia os jornais online um dia ou outro. Mas não! De há vários anos
para cá, só agora, finalmente, a ERC encontrou tempo, debruçou-se sobre a caixa
de comentários do DN e ficou espantada. Sei que tem sempre entre mãos matéria
transcendente, como o caso do senhor Ministro Adjunto, é verdade. Mas não podia
o porteiro da instituição, nos momentos de ócio em que está conectado com o
Facebook da namorada, passar uma vista de olhos nos jornais online para dizer a
Suas Excelências Reguladoras a trampa que são os comentários vertidos nas
respectivas caixas?
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