quarta-feira, 30 de maio de 2012

CUIDADO COM OS RELÓGIOS

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Vou num comboio à velocidade de 100 km por hora e atiro uma bola de ténis para a frente da carruagem à velocidade de 40 km por hora. Para um observador de fora da carruagem a bola vai à velocidade de 140 km por hora, está bom de ver: 100 + 40 = 140. Contas de merceeiro!
Vou no comboio do Zezito entre Poceirão e Caia, a metade da velocidade da luz - 540.000.000 km por hora - e disparo o flash da máquina fotográfica para a frente, para tirar uma fotografia ao revisor. A luz propaga-se à velocidade de 1.080.000.000 km por hora. Logo, para um observador de fora da carruagem a luz chega ao revisor a 1.620.000.000 km por hora: 1.080.000.000 + 540.000.000 = 1.620.000.000. Certo? ERRADO!!! A luz chega ao revisor a 1.080.000.000 km por hora, quer o comboio vá a 5, ou 10, ou 100 milhões de km por hora. É difícil medir, mas já se conseguiu – não na anedota do comboio, mas em circunstâncias adequadas que não interessam. A velocidade da luz é constante.
Todos sabemos que a velocidade é a relação entre a distância percorrida e o tempo gasto em percorrê-la. Se essa trapalhada do comboio é verdade, então o tempo, ou a distância, são diferentes dentro dele e fora dele. E sabem uma coisa? São mesmo diferentes! Contrariamente ao senso comum, a distância e o tempo não são dimensões constantes.
Se formos num foguetão e atingirmos a velocidade da luz, ou próximo disso, levamos 5 segundos a apertar um atacador do sapato. Se um observador parado na Terra pudesse assistir à operação através de uma câmara de vídeo, via que levávamos horas a apertar o atacador, vejam lá! E, se andássemos bastante tempo nessa viagem, quando regressássemos à Terra tínhamos envelhecido 2 anos; mas, na Terra, tinham passado 200, isto é, tínhamos viajado no tempo para a frente!
Que grande confusão seria viver num mundo muito diferente, 200 anos à frente. Quero voltar para trás. Lamento informar mas, no tempo, só se viaja para a frente - não sei porquê, mas é assim: prá-frentex, como o Partido Socialista.
Uma trapalhada destas até tira o sono. Acho que o Einstein devia dormir mal. E, se calha, nem tinha relógio: para quê, se o tempo do relógio não é de confiança?
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