É uma verdade universalmente aceite, que um homem
solteiro possuidor de fortuna, deve procurar uma esposa (wife - mulher, consorte, conjugue - não interessa).
As vírgulas a seguir a “aceite” e a “fortuna”,
aparentemente estão a mais. Mas Austem terá querido, por razões de estilo,
introduzir uma pausa a seguir a essas palavras. Ela lá sabia. E os puristas da
gramática metem a viola no saco – mais nada!
Mas nós não somos Austen nem Eça, e agora?
Por exemplo, na frase “Amanhã por esta hora estarei em
Vila Franca de Xira”, põem os leitores vírgulas, ou não? Ou em “ Duma maneira
geral os socialistas não dão uma para a caixa”; ou “À noite a visibilidade pode
ficar muito má”. Põem-se vírgulas, ou não se põem vírgulas?
De acordo com Yagoda, é facultativo: fica ao critério de
quem escreve; com a noção de que as versões sem vírgulas são um bocado de
rajada. Mas tal pode ser desejado por quem escreve, por exemplo no fim de extenso
parágrafo para encerrar a matéria que já vai longa. Acabar uma coisa assim, de
supetão, pode ser intencional no estilo.
Na realidade, a sensibilidade de quem redige tem mais
importância que as regras e essa sensibilidade cultiva-se. Cultiva-se como? A
ler, pois claro. Se possível - em português - Eça, Camilo, Ramalho, Fialho -
Saramago, não!... Baptista Bastos nunca!...
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