sábado, 16 de junho de 2012

O TRAÇO GENÉTICO NACIONAL

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Diz o "Expresso" de hoje que a PJ apreendeu ficheiros detalhados de jogadores do Sporting e árbitros durante a busca a casa de Paulo Pereira Cristóvão. Os ficheiros terão dados pessoais como a morada, matrículas dos carros e locais frequentados pelos alvos.
Depois de Silva Carvalho, maçom especializado em espreitar pelo buraco da fechadura dos portugueses, surge outro especialista a acumular tal actividade, entre muitas, com a de vice-presidente do Sporting.
Começo a ter fé em que a Pátria, depois de tantas hesitações na procura da vocação estruturante do plano estratégico nacional, está finalmente a descobrir o caminho. Portugal é um País de espreitadores pelo buraco da fechadura, com um know how feito de engenho e arte, inteligência e, sobretudo muita, mesmo  muita, experiência.
Dir-me-ão que Silva Carvalho havia sido espião profissional e Pereira Cristóvão polícia e isso lhes teria criado tiques comportamentais  incontroláveis. Não é verdade: Silva Carvalho acabou em espião e Pereira Cristóvão em polícia porque a vocação dos dois era um destino gravado de forma indelével nos seus cromossomas. E tal destino é seguramente traço genético plasmado no genoma, não só deles, mas de muitos outros lusitanos, como os nucleótidos do homem de Neanderthal.  Silva Carvalho e Pereira Cristóvão não podem ser julgados levianamente sem reflectir que o seu fenotipo é fruto do determinismo genético dos nativos desta ditosa Pátria nossa amada.
Temos, isso sim, de tirar partido de tal atributo português e não procedermos como infelizmente fazemos,  desperdiçando recursos como o mar, o sol, António José Seguro e Jerónimo de Sousa. Impõe-se uma agência, um instituto, quiçá uma secretaria de Estado, para explorar as potencialidades do País em matéria de espreitadores pelo buraco da fechadura. A economia vem mostrando que são as exportações o balão de oxigénio a que está agarrada para não fenecer. Aumentemos então o seu volume, vendendo expertise na arte e ciência de coscuvilhar a vida alheia, porque nisso, está bom de ver, somos bons.

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