Nos Estados Unidos, entre
1980 e 2010, as compras per capita realizadas utilizando cartões de crédito
aumentaram 1.500%. Mas um estudo de 2009 mostra que dois terços dos americanos
não sabem como funcionam os cartões que usam. Em certos meios sociais, pessoas com
alguns bens pagam facilmente com o cartão o dobro do que pagariam se pagassem a
compra em dinheiro.
O cartão anestesia
financeiramente o comprador sem que ele se aperceba disso. Por exemplo, enquanto
o preço de um bem pago em cash fica registado na memória do comprador durante
algum tempo, o preço do mesmo bem pago com cartão "evapora-se" em horas,
mesmo minutos. E o facto de levar sem pagar nada no momento da compra é um
factor anestesiante a que nem os especialistas em gestão de cartões resistem.
Quanto maior é o limite do
crédito do cartão, maiores são as burrices do consumidor. Um limite alto faz
parecer a compra mais barata—não é indiferente que a compra custe mais de
metade do limite do crédito, ou custe "apenas" um décimo desse
limite, embora o valor seja sempre o mesmo.
O facto de ver numa
mercadoria a indicação que pode ser paga com cartão de crédito faz subir as
vendas significativamente, muitas vezes a pessoas que nem precisam daquilo. A
melhor solução é trazer o cartão embutido num bloco de gelo, dentro duma
carteira isotérmica e ter de esperar que descongele para pagar. Vai ver que dá
resultado!
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Nota—Em todo o mundo, os grupos mais sensíveis à anestesia financeira são, de longe, os partidos socialistas.
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