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Helena Cristina Coelho
escreve hoje no "Económico" um artigo, intitulado "O Mapa Cor-de-Rosa", sobre os
planos do PS para a economia apresentados há dois dias. É uma boa peça, com os
prós e os contras do programa "Uma Década para Portugal". Pedindo
desculpa por truncar o artigo e fazer colagens que não estou autorizado a fazer, e nem sequer seguem a ordem do texto original, transcrevo a seguir três
parágrafos capazes, em minha opinião, de resumir a ideia toda da jornalista.
i) PRÓS
É certo que as medidas mais recentes, sob o jugo da
‘troika', também não conseguiram muito melhor. Há crescimento, mas continua
tímido. Há receita fiscal, mas tem sido à custa de uma espécie de saque às
carteiras dos portugueses. Há emprego, mas ainda falta muito para muitos. E o
impacto social da austeridade não tem medida.
ii) CONTRAS
Mas ainda há muitos espinhos neste plano cor-de-rosa
que podem ferir a própria estratégia socialista. Este é um plano que parece
apostar mais no Estado do que na iniciativa privada como motor de
desenvolvimento, que parece acreditar mais no consumo interno do que na
capacidade de vender para os mercados externos, que parece privilegiar o
rendimento das famílias à competitividade das empresas. Um plano em que as tentações
despesistas regressam em força à máquina do Estado, o que pode confrontar o
país com a ameaça que viveu numa década não muito distante: a década em que se
injectou dinheiro na economia, à conta de subsídios, crédito, investimento
público, e mesmo assim não se evitou uma economia anoréctica, uma dívida obesa
e, por fim, o pedido de resgate financeiro.
Depois, é importante perceber como se pagam todas
aquelas medidas, como se devolve rendimento sem abalar o equilíbrio ainda
frágil das contas públicas, qual o modelo para sustentar a segurança social,
que estabilidade se oferece a investidores e empresários se houver nova mexida
no IRC, como se incentiva o consumo interno sem aumentar em excesso as
importações? São muitas questões a que ainda faltam respostas nesta agenda.
Mas, apesar do que ainda falta limar ou definir, ou dos cenários que parecem
pecar por excesso de optimismo, esta espécie de agenda de António Costa já é um
bom ponto de partida. A campanha para as legislativas pode começar.
Tiro o chapéu à jornalista
pela capacidade de síntese.
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